Gosto

domingo, 18 de julho de 2010

Banco Portugal - diagnóstico em hora de tomada de posse

 
A conjugação do agravamento das necessidades de financiamento externo de alguns Estados-Membros do euro, em particular daqueles que se confrontam com uma insuficiência estrutural de poupança interna, com a maior atenção e preocupação dos mercados financeiros com a sustentabilidade das trajectórias de endividamento dos agentes económicos – em especial os públicos, mas também os privados –, e o agravamento da restrição da oferta de financiamento externo, constitui hoje o maior desafio com que se depara a área do euro e, em particular, a economia portuguesa.

É imperioso e urgente demonstrar aos agentes financiadores externos que as trajectórias de endividamento são sustentáveis. Para tal, há que ajustar gradualmente mas com determinação as necessidades de financiamento externo à intensidade da restrição que defrontamos e que se manifestará com tanto mais premência quanto menor a confiança que os agentes financiadores julgarem poder depositar no País. Esta garantia que é necessário dar aos mercados passa necessariamente pelo reforço da poupança interna, tanto pública como privada, e pelo aumento da competitividade da economia. A redução consistente e credível do défice público, o aumento da poupança privada e o incremento das exportações são hoje pilares incontornáveis de uma política de crescimento sustentado da economia portuguesa.

É necessário ter presente, por isso, que as enormes vantagens da estabilidade de preços e da participação na área do euro, de que os agentes económicos rapidamente se apropriaram, têm como contrapartida inexorável um ajustamento dos comportamentos de formação de salários e de alocação do rendimento, e que o ritmo deste ajustamento, no presente contexto de crise internacional, terá de ser acelerado de forma determinada e credível, sob pena de pôr em causa o processo de retoma da economia portuguesa.
 

 Extraído do discurso de tomada de posse do Governador do Banco de Portugal

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Análise de grande rigor, e, referências importantíssimas relativamente às causas da actual situação e, mais importante, às orientações a seguir.

De reter, sobretudo este último parágrafo, porque indica o único caminho a seguir, e deixa um aviso sério relativamente às consequências. 

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Estado da Nação



"O que temos hoje no país é impostos a mais, endividamento a mais, despesa pública a mais, riqueza a menos, poder de compra a menos, dificuldades a mais para as famílias e para as empresas", declarou o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, durante o debate do “Estado da Nação”, no Parlamento.
Miguel Macedo apontou os "mais de cem mil portugueses que abandonam por ano o país porque não encontram em Portugal um presente e, sobretudo, não vislumbram em Portugal um futuro" e criticou os resultados invocados e o tom utilizado pelo primeiro ministro, José Sócrates, no seu discurso.

Notícia Ionline
Foto Google Images

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Verdades incontornáveis que deviam fazer pensar os nossos políticos, mas no sentido de encontrar soluções que permitam ao País sair desta situação, e não apenas para serem usadas como armas de arremesso politico em discursos de circunstância.

domingo, 4 de julho de 2010

A verdade dos números

Ilustração: Google Images 


A necessidade de um sistema normativo que nos aproxime dos nossos parceiros europeus, é indiscutível, contudo essa necessidade deriva apenas do normal cruzamento de dados, e do tratamento de informação relativamente a actividade económica entre os vários países, logo deveria ter sido acautelado o interesse das pequenas e micro-empresas para as quais esta normativa não tem qualquer aplicação, implicando um aumento de custos administrativos desnecessário, sobretudo, se atendermos à sua, já debilitada situação económico/financeira, tantas vezes provocada apenas por factores exteriores, aos quais são completamente alheios.

A tentativa de aperfeiçoar a máquina fiscal, tem sido especialmente punitiva para os empresários detentores de pequenos negócios, que pela sua natureza, pela especificidade dos negócio são obrigados a facturar tudo o que vendem, e/ou os serviços que prestam, porque trabalham essencialmente para empresas ou para o Estado, deixando completamente"à rédea solta" os liberais que trabalham para o consumidor final, e, na maioria dos casos não emitem qualquer documento, evadindo-se desta forma ao pagamento do IVA e IRS correspondentes; ao nível da restauração este problema é recorrente mesmo no caso das empresas que se abastecem no hipermercado sem solicitar a respectiva factura.

A grande questão que aqui se põe é de que estes serviços não são mais baratos por isso, o consumidor final de nada beneficia, o Estado não recebe estes impostos, logo pedirá amanhã mais sacrifícios aos mesmos.

Este assunto é por todos conhecido, mas nada se faz para acabar com o enriquecimento ilícito destes empresários.

sábado, 19 de junho de 2010

Responsabilizar os Bancos, segundo Sarkozy

Ilustração Google Images
Nicolas Sarkozy, Presidente francês, propôs hoje a introdução de um imposto especial sobre as organizações de crédito para minimizar no futuro riscos financeiros.
“Defendo a introdução de um imposto sobre os bancos. Além disso, eles próprios devem financiar o seguro dos respetivos riscos”, declarou o chefe do Estado francês, ao intervir no Fórum Económico Internacional de São Petersburgo.
Segundo ele, as perdas bancárias não devem ser compensadas pelo Estado à custa dos contribuintes, mas pelas instituições de seguros.

Notícia ionline

O Presidente Francês Nicolas Sarkozy parece ter vencido o seu "calcanhar de Aquiles" abandonando o hábito dos saltos altos para o colocarem à altura dos seus pares, e adoptado agora uma postura bem mais "agressiva" de bicos-de-pés tomando as rédeas a assuntos importantes da política europeia, como a criação de um Governo Económico da UE e, a justíssima introdução de um imposto sobre os bancos, aqui citada do ionline.
É, hoje, sabido que grande parte das dificuldades por que todos estamos a passar tiveram origem na má gestão e descontrolo dos bancos, e, consequentemente nos ME despendidos pelos Estados para evitar as falências e o afundar da moeda única.
Os mesmo Bancos que asfixiam os seus devedores que passam por dificuldades para respeitar os compromissos, e a quem o Estado (que nada tem de solidário) não ajuda em nada, porque se empenhou com os primeiros.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Na Forja - Governo Económico da União Europeia

Ilustração GI

Alemanha e França propõem criação de governo económico da União Europeia

...Além disso, advogaram o reforço do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC), para que estados, que violem “notoriamente” o limite do défice orçamental de três por cento ou o limite de endividamento de 60 por cento do produto Interno Bruto (PIB), percam o direito de voto.
As duas propostas foram anunciadas hoje, em Berlim, após uma reunião entre a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, para preparar o Conselho Europeu que começa na quinta feira, em Bruxelas.

Apesar de algumas resistências iniciais, que ocorrerão certamente, esta proposta vai ser aprovada, dada a inevitabilidade de por ordem nas finanças públicas dos 27, e a exigência da consolidação orçamental  e de restaurar a confiança e credibilidade na moeda única

Sarkozy e Merkel anunciaram também que vão enviar uma carta conjunta à presidência canadiana do G20, propondo que na Cimeira marcadas para o fim deste mês, em Toronto, sejam aprovados uma taxa bancária e um imposto internacional sobre transacções.

Esta é outra medida inadiável, e que amortizará a dívida do sector bancário relativamente à sua inegável responsabilidade na origem desta crise sem precedentes.



Citações da notícia publicada no Ionline, comentada aqui

domingo, 30 de maio de 2010

Dia Mundial sem Tabaco

Imagem Google
O dia de hoje "Dia Mundial sem Tabaco" convida-nos a uma reflexão sobre os malefícios do consumo de tabaco, sobretudo porque, apesar das campanhas levadas a cabo até agora, os resultados não serem nada animadores.

A imagem com que ilustro o post foi deliberadamente escolhida por representar um anúncio de tabaco da década de 60, de cuja nefasta influência a minha geração se pode hoje lamentar. Fumar era entendido nessa época como uma forma de promoção social, ou pelo menos de integração, que nos transmitia a ideia de emancipação e de uma "certa liberdade" ou libertinagem melhor dizendo, que era então inexistente noutras áreas mas consentida relativamente ao fumo.

Hoje, temos todos informação suficiente sobre os malefícios do acto de fumar e da dependência que daí resulta. Felizmente que as camadas jovens fumam hoje muito menos, mas, ainda assim demasiado para o que seria de esperar, sobretudo por parte das mulheres, tidas como sendo mais pragmáticas e menos facilmente influenciáveis por "culturas de grupo".

Há muito anunciadas medidas de "choque" nomeadamente embalagens menos atraentes, com fotos reias e explícitas de doenças resultantes do consumo do tabaco, tardam em aparecer, e colocam-nos muitas vezes a dúvida dos interesses económicos envolvidos se estarem a sobrepor aos interesses gerais de saúde pública, nomeadamente os impostos arrecadados pelos governos que, isso sim, frequentemente procedem a aumentos, sem que essa receita extra seja aplicada no combate a este flagelo.

Aproveitemos pois esta data para equacionar com afinco as enormes vantagens de abandonar o clube dos fumadores e livrar-nos de mais um imposto. Já bastam aqueles em que não temos alternativa. 

sábado, 22 de maio de 2010

Trichet põe pontos nos ii

Trichet Foto Ionline

Jean-Claude Trichet Presidente do Banco Central Europeu 

Dá-nos conta das sua preocupações, que, não lhe roubam o sono porque entende ter advertido os chefes de governo da gravidade da situação e das medidas a adoptar para lhe fazer face.
Frases mais importantes da entrevista publicada pelo Ionline:


O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, considera que os mercados estão a passar pela situação "mais difícil" desde a Segunda Guerra Mundial.
Numa entrevista ao semanário alemão Der Spiegel, que será publicada na segunda feira, Trichet refere que os mercados se encontram "sem nenhuma dúvida, na situação mais difícil desde a Segunda Guerra Mundial".
"Tivemos e temos uma realidade dramática", disse o presidente do BCE, acrescentando que durante a onda de pânico nos mercados bolsistas europeus da semana passada "os mercados deixaram de funcionar".
"Foi quase como aquando a falência do Lehmann Brothers, em setembro de 2008", lembrou.
Para o presidente do BCE, a situação está superada, existindo ainda um grande "risco de contágio", pelo que se torna necessário "um salto quântico", em matéria de controle mútuo da política económica europeia.
"Fazem falta sanções eficazes para os incumpridores das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento ", acrescentou Trichet, salientando a importância de o pacote de resgate aprovado na semana passada no euro ter sido acompanhado pelo compromisso dos parceiros da UE para "acelerar a consolidação de seus orçamentos."
"Todos os países sabem o que está em jogo", sublinhou.
Na entrevista, Trichet, defendeu ainda mais uma vez a independência do BCE e garantiu que a decisão de comprar títulos do governo dos países em crise não ocorreu em resposta a pressões políticas.
Trichet considera que esta medida, ao elevar a massa monetária em circulção, implica o risco de inflação.
Sendo certo que cada um de nós, no seu trabalho, tem de ser responsável, produtivo, e, atender às directrizes dos superiores, sob pena de ver perigar o seu lugar, também os políticos tem esses deveres, sobretudo para com os cidadãos que os elegeram e confiaram na sua capacidade à frente dos destinos do País, sob pena, também estes, de serem exonerados dos seus cargos sem indemnizações ou subsídios de reintegração.